quinta-feira, 15 de maio de 2008

Considerações sobre o Armário I

Dizem-me que a vivência homossexual é mais fácil hoje do que antigamente, será? Não sei. Se me disserem: existe nos dias de hoje um conjunto de enquadramentos sociais nos quais um homossexual não é activamente discriminado muito mais vasto do que no passado, eu concedo sem hesitar. Efectivamente, em determinados meios a homossexualidade é encarada com toda a naturalidade, ainda bem. Mas e nos meios onde não é? Será que ser gay num curso profissional de electrotecnia de uma escola secundária do Seixal é hoje mais fácil do que há 30 anos atrás? Acredito que em determinados meios académicos (faculdade de letras ou faculdade de belas artes) seja relativamente pacífico viver a homossexualidade às claras. Tudo depende do nosso interlocutor, dos outros, de quem partilha o nosso espaço. Se um rapaz do tal curso profissional de eletrotecnia se assumisse era gozado todos os dias, tanto por parte dos alunos, como por parte do próprio corpo docente. A descoberta da homossexualidade é uma experiência dilacerante, mas a vivência da homossexualidade em certos meios, não chega a ser dilacerante, é simplesmente impossível.

2 comentários:

Kokas disse...

Quando criei o meu blog foi precisamente com o objectivo de mostrar a algumas pessoas que os gays não têm que usar plumas e lantejoulas, gostar da Madona, abanar a peida no chiado e falar mal de tudo e de todos. Por isso,não tive problemas em dar o peito às balas. SER EU: gay, liberal, ex-católico, fanático pelo Sporting e por futebol em geral, apaixonado pela vela e pelo Rugby... e pelas jantaradas cheias de bujas (imperiais) com os amigos.

Tudo o resto são etiquetas que recuso. Não tenhas medo. Cresci num meio super conservador. Só amiguinhos betos etc. Depois de assumir ninguém se afastou, antes pelo contrário. Não tenhas medo!

Aquele abraço!

André disse...

Obrigado pelos vários comentários que tens deixado aqui no blog. Efectivamente ainda estou dentro do dito armário mas já tenho a perna de fora. Isto é todo um processo, mas eu sinto que tenho de ser eu a gerir os meus próprios ritmos e fazer isto com calma. De qualquer modo tenho dado passos importantes, mas isso fica para um próximo post.